Um estudo feito pela empresa de segurança Norton no ano passado já dá
uma dimensão do problema: 62% das crianças e jovens que acessaram a
internet no mundo tiveram pelo menos uma experiência negativa on-line.
A pesquisa, que ouviu 2.800 jovens de 8 a 17 anos em 14 países, mostra
que 41% receberam convites de amizade por parte de desconhecidos em
redes sociais, 33% baixaram pragas virtuais, 25% viram imagens de nudez
ou violência e 10% foram convidados para encontros no mundo real.
Fica claro que, com o primeiro computador. surgem mais responsabilidades
para os pais. Nas mãos da criançada, o equipamento pode ser uma janela
para problemas.
Outro levantamento, divulgado ontem pelo Comitê Gestor da Internet no
Brasil, mostra que 21% dos pais ou responsáveis por crianças de entre
cinco e nove anos não controlam nem restringem o que elas fazem na rede.
O estudo, feito nas cinco regiões do Brasil, em áreas urbanas e rurais,
mostra que 40% orientam os filhos sobre o uso da web, enquanto 15%
bloqueiam sites impróprios.
O tema merece bastante atenção. A Norton mostrou que as crianças
brasileiras são as que mais passam tempo on-line. Na média, são 18,3
horas por semana, deixando para trás países como Alemanha e EUA.
Muitas são as fontes de perigos. O contato com o conteúdo impróprio,
como violência e pornografia, talvez seja a mais conhecida delas. Uma
pesquisa da Kaspersky, publicada no ano passado, mostrou que a cada
minuto existem 3.000 tentativas de acesso a conteúdo pornográfico por
parte de menores.
Já blogs e redes sociais potencializam o contato com estranhos e a
publicação de dados pessoais. Em um estudo com 875 jovens brasileiros, a
ONG Safernet mostrou que 73% deles compartilharam fotos e 80% revelaram
o nome.
CIBERVÍCIO
Outros dois problemas podem ser o ciberbullying e o vício em internet.
Ainda segundo a Safernet, 38% das crianças sofreram ciberbullying. Ou
seja, foram alvo de humilhações e ataques na internet promovidos por
gente próxima, quase sempre colegas de escola.
Já a dependência em relação à rede é um problema que ataca cerca de 10%
dos internautas de todo o mundo, estima Cristiano Nabuco, psicólogo que
coordena um grupo do Hospital das Clínicas que trata dependentes da web.
Com a expansão do mercado móvel, mais uma frente de batalha surgiu para os pais: as compras indevidas em lojas de aplicativos.
Em fevereiro deste ano, a FTC, agência que protege os consumidores dos
EUA, decidiu investigar a App Store depois de receber reclamações por
parte de pais furiosos com compras acidentais.
Para combater tudo isso, não adianta só instalar um antivírus no
computador. É necessário conversar e ouvir a criança, botar a mão na
massa e navegar com ela.
Editoria de Arte/Folhapress |
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